Hoje a História da humanidade se divide em antes e depois de Cristo. Além da Bíblia, a Palavra viva de Deus, outras obras literárias de menor valor nos ajudam a compreender através de extensas pesquisas e estudos de seus autores quem era Cristo, o que Ele fez e como a Sua mensagem se espalhou por todo o mundo em tão pouco tempo transformando inúmeras vidas ao longo dos séculos. Segue abaixo um resumo que fiz do primeiro capítulo do livro Dois Reinos.
O apóstolo Paulo afirma que Cristo veio ao mundo na plenitude dos tempos, ou seja, o tempo quando Deus, em sua presciência e providência, já tinha visto o cumprimento de seu propósito eterno em Cristo. Todas as peças do quebra-cabeça estavam no lugar. O tempo propício que Lhe aprouve intervir na história do homem: “E quando veio a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gálatas 4:4).
Para melhor entendimento da manifestação do Cristo ao mundo faz-se necessário uma análise criteriosa do contexto daquela época, que neste caso, desdobra-se numa dimensão política, religiosa e intelectual.
O Contexto Político
Em 63 a.C. o mundo mediterrâneo estava sob o domínio do império romano. Seu governo foi estabelecido sobre a Palestina ficando a Judéia subordinada a este governo. Roma pretendia ser a coordenadora de todo o mundo habitado. Haja vista que o Império Romano possuía a maior e melhor estrutura política do mundo antigo.
Otaviano (“Augusto”) já havia se tornado imperador e iniciado a Pax Romana, expressão latina para “a paz romana”. Apesar de guerras esporádicas nas fronteiras, foi um longo período de relativa paz gerada pelas armas e pelo autoritarismo experimentado por todo o Império Romano. Assim Roma pôde transmitir elementos próprios da cultura, religião e língua latina às regiões onde se fixavam seus exércitos. Nessa época Jesus nascia em Belém, na Judéia, para onde seus pais tinham viajado por causa de um censo.
Herodes Antipas, mais conhecido como o Grande, rei da Judéia, apesar das notáveis construções realizadas durante seu reinado, dentre estas podemos citar a reforma do Templo dos judeus, a Cesaréia (porto marítimo de águas profundas no Mediterrâneo) e o palácio monumental, Herodes era um rei paranóico, brutal e desconfiado que chegou a matar alguns membros de sua própria família e, atemorizado com a profecia do nascimento do Messias, decretou a matança de todas as crianças pequenas da região.
Apesar de um povo dominado, os judeus gozavam de privilégios especiais junto a Roma. Tinham permissão de observar o Sábado, isenção do serviço militar e o direito de enviar ofertas ao Templo em Jerusalém.
O Contexto Religioso
O contexto religioso vislumbrava-se no judaísmo (língua: hebraica). No primeiro século depois de Cristo existiam diversas seitas judaicas importantes: os samaritanos, saduceus, fariseus, essênios e zelotes.
Os mestiços samaritanos viviam ao norte da Judéia. Eram os mais desprezados e se apegavam à sua própria versão da Torá (os cinco primeiros livros do Antigo Testamento). Prestavam culto no monte Gerizim, onde construíram seu próprio templo após retornarem do exílio e, apesar do templo ter sido destruído em 128 a.C. os samaritanos continuaram a utilizar este monte como o seu local de sacrifício e adoração.
Os saduceus eram a maioria no Sinédrio (concílio ou suprema corte de judeus, composto de 70 homens). Afirmavam serem descendentes da linhagem de reis e sacerdotes, aceitavam somente a autoridade da Torá e não acreditavam em anjos e na ressurreição do corpo. Muitos eram da aristocracia que controlavam o ofício de sumo-sacerdote.
Os fariseus, grupo judeu extremamente rígido, eram minoria no Sinédrio. Muitos deles eram escribas, ou seja, mestres da lei que interpretavam as Escrituras segundo as tradições orais que vinham desde Moisés. Tratavam as leis com zelo excessivo oprimindo e exigindo o mesmo dos judeus. Faziam acordos que contemplavam seus próprios interesses com as autoridades romanas, mesmo que fossem na contramão aos interesses de liberdade do seu povo.
Os essênios eram um grupo de separatistas, a partir do qual alguns membros formaram uma comunidade monástica ascética que se isolou no deserto. Adotaram uma série de condutas morais que os diferenciavam dos demais judeus: aboliam a propriedade privada, eram vegetarianos, contrários ao casamento, tomavam banho antes das refeições e a comida era sujeita a rígidas regras de purificação. Não tinham amos nem escravos. Dentre as comunidades tornou-se conhecida a de Qumran pelos manuscritos em pergaminhos que levam seu nome, também chamados Pergaminhos do Mar Morto ou Manuscritos do Mar Morto.
Os zelotes eram uma seita e partido político judaico. Constituíam a ala radical dos fariseus e preconizavam Deus como o único dirigente, o soberano da nação judaica, opondo-se à dominação romana. O nome "zelote" vem exatamente da palavra "zelo", significando que esses homens tinham excessivo zelo por Deus.
O Contexto Intelectual (pensamento predominante)
Quando Jesus nasceu o pensamento grego estava no seu apogeu. Predominavam a língua e o pensamento gregos e a Filosofia foi a principal contribuição da Grécia.
Seguia-se uma expansão da arte religiosa a serviço dos imperadores divinizados. Os temas referiam-se, sobretudo à imortalidade da alma e à vida depois da morte. Os romanos sofreram grande influência por parte da cultura grega. Seus imperadores obrigavam o povo a adorar os deuses gregos pagãos e aplicavam duras penas a quem se recusasse a fazê-lo.
Enfim...
É neste caldeirão cultural da história que Jesus aparece com o objetivo de direcionar o mundo para o projeto de Deus. Este, pois, é também o conceito cristão da história. A humanidade tem um início na criação e caminha para o fim da história, a saber, a concretização dos planos de Deus.
Aos 33 anos, Jesus é oferecido pelos pecados do mundo na Cruz do Calvário e dias depois à Sua Ressurreição Ele é tomado pelas nuvens e ascende aos céus para sentar-se à direita do Pai. A plenitude do tempo tinha chegado; a obra redentora que converge em Cristo: “na dispensação da plenitude do tempo, todas as cousas, tanto as do céu como as da terra” (Efésios 1:10).
Apenas uma coisa faltava - a saber a revelação do grande plano de Deus aos homens ignorantes, ignorantes não no sentido pejorativo. Eram ignorantes aquelas pessoas que ainda não possuíam uma compreensão ou discernimento corretos da revelação, ou seja, que Jesus Cristo era o Messias prometido desde o Gênesis (Proto-evangelho).
Então é chegado o dia de Pentecostes, onde o Espírito Santo de Deus desce sobre a comunidade cristã em Jerusalém na forma de línguas de fogo e todos ficam cheios desse Espírito. As prímicias da colheita aconteceram naquele exato momento como o livro de Atos nos relata, pois foram muitos os que se converteram e foram recolhidos para o Reino.
O Messias estabeleceria um reinado que nunca seria destruído. Seu governo soberano encheria toda a terra, transcendendo as fronteiras arbitrárias dos homens e as limitações do tempo.
Nascia a Igreja de Cristo!
O apóstolo Paulo afirma que Cristo veio ao mundo na plenitude dos tempos, ou seja, o tempo quando Deus, em sua presciência e providência, já tinha visto o cumprimento de seu propósito eterno em Cristo. Todas as peças do quebra-cabeça estavam no lugar. O tempo propício que Lhe aprouve intervir na história do homem: “E quando veio a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gálatas 4:4).
Para melhor entendimento da manifestação do Cristo ao mundo faz-se necessário uma análise criteriosa do contexto daquela época, que neste caso, desdobra-se numa dimensão política, religiosa e intelectual.
O Contexto Político
Em 63 a.C. o mundo mediterrâneo estava sob o domínio do império romano. Seu governo foi estabelecido sobre a Palestina ficando a Judéia subordinada a este governo. Roma pretendia ser a coordenadora de todo o mundo habitado. Haja vista que o Império Romano possuía a maior e melhor estrutura política do mundo antigo.
Otaviano (“Augusto”) já havia se tornado imperador e iniciado a Pax Romana, expressão latina para “a paz romana”. Apesar de guerras esporádicas nas fronteiras, foi um longo período de relativa paz gerada pelas armas e pelo autoritarismo experimentado por todo o Império Romano. Assim Roma pôde transmitir elementos próprios da cultura, religião e língua latina às regiões onde se fixavam seus exércitos. Nessa época Jesus nascia em Belém, na Judéia, para onde seus pais tinham viajado por causa de um censo.
Herodes Antipas, mais conhecido como o Grande, rei da Judéia, apesar das notáveis construções realizadas durante seu reinado, dentre estas podemos citar a reforma do Templo dos judeus, a Cesaréia (porto marítimo de águas profundas no Mediterrâneo) e o palácio monumental, Herodes era um rei paranóico, brutal e desconfiado que chegou a matar alguns membros de sua própria família e, atemorizado com a profecia do nascimento do Messias, decretou a matança de todas as crianças pequenas da região.
Apesar de um povo dominado, os judeus gozavam de privilégios especiais junto a Roma. Tinham permissão de observar o Sábado, isenção do serviço militar e o direito de enviar ofertas ao Templo em Jerusalém.
O Contexto Religioso
O contexto religioso vislumbrava-se no judaísmo (língua: hebraica). No primeiro século depois de Cristo existiam diversas seitas judaicas importantes: os samaritanos, saduceus, fariseus, essênios e zelotes.
Os mestiços samaritanos viviam ao norte da Judéia. Eram os mais desprezados e se apegavam à sua própria versão da Torá (os cinco primeiros livros do Antigo Testamento). Prestavam culto no monte Gerizim, onde construíram seu próprio templo após retornarem do exílio e, apesar do templo ter sido destruído em 128 a.C. os samaritanos continuaram a utilizar este monte como o seu local de sacrifício e adoração.
Os saduceus eram a maioria no Sinédrio (concílio ou suprema corte de judeus, composto de 70 homens). Afirmavam serem descendentes da linhagem de reis e sacerdotes, aceitavam somente a autoridade da Torá e não acreditavam em anjos e na ressurreição do corpo. Muitos eram da aristocracia que controlavam o ofício de sumo-sacerdote.
Os fariseus, grupo judeu extremamente rígido, eram minoria no Sinédrio. Muitos deles eram escribas, ou seja, mestres da lei que interpretavam as Escrituras segundo as tradições orais que vinham desde Moisés. Tratavam as leis com zelo excessivo oprimindo e exigindo o mesmo dos judeus. Faziam acordos que contemplavam seus próprios interesses com as autoridades romanas, mesmo que fossem na contramão aos interesses de liberdade do seu povo.
Os essênios eram um grupo de separatistas, a partir do qual alguns membros formaram uma comunidade monástica ascética que se isolou no deserto. Adotaram uma série de condutas morais que os diferenciavam dos demais judeus: aboliam a propriedade privada, eram vegetarianos, contrários ao casamento, tomavam banho antes das refeições e a comida era sujeita a rígidas regras de purificação. Não tinham amos nem escravos. Dentre as comunidades tornou-se conhecida a de Qumran pelos manuscritos em pergaminhos que levam seu nome, também chamados Pergaminhos do Mar Morto ou Manuscritos do Mar Morto.
Os zelotes eram uma seita e partido político judaico. Constituíam a ala radical dos fariseus e preconizavam Deus como o único dirigente, o soberano da nação judaica, opondo-se à dominação romana. O nome "zelote" vem exatamente da palavra "zelo", significando que esses homens tinham excessivo zelo por Deus.
O Contexto Intelectual (pensamento predominante)
Quando Jesus nasceu o pensamento grego estava no seu apogeu. Predominavam a língua e o pensamento gregos e a Filosofia foi a principal contribuição da Grécia.
Seguia-se uma expansão da arte religiosa a serviço dos imperadores divinizados. Os temas referiam-se, sobretudo à imortalidade da alma e à vida depois da morte. Os romanos sofreram grande influência por parte da cultura grega. Seus imperadores obrigavam o povo a adorar os deuses gregos pagãos e aplicavam duras penas a quem se recusasse a fazê-lo.
Enfim...
É neste caldeirão cultural da história que Jesus aparece com o objetivo de direcionar o mundo para o projeto de Deus. Este, pois, é também o conceito cristão da história. A humanidade tem um início na criação e caminha para o fim da história, a saber, a concretização dos planos de Deus.
Aos 33 anos, Jesus é oferecido pelos pecados do mundo na Cruz do Calvário e dias depois à Sua Ressurreição Ele é tomado pelas nuvens e ascende aos céus para sentar-se à direita do Pai. A plenitude do tempo tinha chegado; a obra redentora que converge em Cristo: “na dispensação da plenitude do tempo, todas as cousas, tanto as do céu como as da terra” (Efésios 1:10).
Apenas uma coisa faltava - a saber a revelação do grande plano de Deus aos homens ignorantes, ignorantes não no sentido pejorativo. Eram ignorantes aquelas pessoas que ainda não possuíam uma compreensão ou discernimento corretos da revelação, ou seja, que Jesus Cristo era o Messias prometido desde o Gênesis (Proto-evangelho).
Então é chegado o dia de Pentecostes, onde o Espírito Santo de Deus desce sobre a comunidade cristã em Jerusalém na forma de línguas de fogo e todos ficam cheios desse Espírito. As prímicias da colheita aconteceram naquele exato momento como o livro de Atos nos relata, pois foram muitos os que se converteram e foram recolhidos para o Reino.
O Messias estabeleceria um reinado que nunca seria destruído. Seu governo soberano encheria toda a terra, transcendendo as fronteiras arbitrárias dos homens e as limitações do tempo.
Nascia a Igreja de Cristo!