sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Um dos pastores a quem eu ouço...



VALORES DOS CANDIDATOS

A candidata à presidência da república, Dilma Rousseff, tem afirmado que inverdades foram faladas a seu respeito visando prejudicar sua candidatura. Sua indignação deve-se, especialmente, ao fato de que, milhares de católicos e evangélicos, fizeram campanha para que os membros de suas igrejas não votassem na ex-ministra, em razão dos seus supostos compromissos com valores éticos contrários aos professados pelos membros de ambas as igrejas. Isso é um fato. O mais simples contato com o que está sendo veiculado na internet, mostra que milhares se opuseram a ela pelo motivo supramencionado.

Tudo isso, faz-nos pensar no fato, de que faltou nos debates desse ano, uma discussão sobre os valores que regem a vida dos candidatos ao mais alto posto da república. Querer um debate, onde a alma de ambos os postulantes à função de presidente seja revelada, não é moralismo que visa se imiscuir em áreas de foro íntimo, sem a mínima relevância para o exercício do cargo.

Somos aquilo que pensamos. O que julgamos ser verdadeiro costuma reger nossas ações. Ainda que alguns possam dizer que há muita irracionalidade nas justificativas racionais que damos para as nossas paixões ocultas, verdadeiras fontes das motivações humanas e análises racionais, a visão que temos do mundo é que determinará o curso das nossas escolhas. Não importa como esse material emergiu. O que vale é que, uma vez presente no nível da consciência, representará a escolha de caminhos bem definidos. Isso é imensamente significativo numa área na qual, a ideologia política associada à filosofia de vida, exerce papel central nas escolhas do governante.

A população tem o direito de saber que princípios regem a vida de ambos os concorrentes. Sendo assim, seria importante conhecer quais suas referências intelectuais, que livros marcaram suas vidas, qual o seu ponto de vista sobre religião, em que base seus valores morais são construídos, o que eles pensam objetivamente sobre as principais discussões éticas que vieram à tona nessas eleições entre os membros da sociedade civil.

Seria igualmente de grande valor, se oferecessem seu ponto de vista sobre alguns dos comportamentos mais polêmicos do atual governo federal: a forma como lidou com o escândalo do mensalão, a relação com o presidente venezuelano Hugo Chaves, a visita a Mahamoud Ahmadinejad, presidente do Irã, entre outros assuntos mais, que deixaram perplexos os brasileiros mais conscienciosos.

É do interesse de milhares de brasileiros também, saber o que será feito da massa de cidadãos pobres, que vivem do bolsa família, mas que precisam ser preparados para uma vida mais digna, na qual sejam senhores da sua história, inseridos no mercado de trabalho mediante boa formação educacional.

Outras questões de ordem prática, que costumam ser regidas por princípios de vida, merecem também tratamento claro e objetivo: Como o povo poderá acompanhar as ações do governo, em especial os gastos públicos? Haverá transparência? Será de fácil acesso? Teremos uma democracia participativa, na qual o povo possa estar mais próximo da classe governante? Que critérios regerão a distribuição da cargos públicos? Será a meritocracia, ou seja, os cargos de grande valor social sendo ocupados pelos mais excelentes, ou veremos o aparelhamento da máquina pública visando a perpetuação no poder? Como a população poderá aferir? Haverá metas claras para cada área de atuação do governo, seguidas de cronograma, tornadas públicas, e caso não sejam alcançadas, representarão a demissão dos ocupantes dos cargos?

Em suma, não podemos votar em quem cujos valores não conhecemos, uma vez que, lá na frente, problemas novos surgirão, e não queremos ver novamente, presidente da república, oferecer respostas para conflitos morais gravíssimos enfrentados pela nação, e passar a impressão de que, no seu ponto de vista, os fins justificam os meios, que se outros fazem, somos livres para fazer também, como ocorreu no maior tropeço ético da nossa democracia depois do regime militar, quando o executivo rasgou a Constituição Federal, ao comprar os votos do legislativo.

Como é a alma desse que vai reger a vida de mais de 190 milhões de seres humanos? Você conhece?

Antônio Carlos Costa

Teólogo calvinista

Presidente do Rio de Paz

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

domingo, 25 de julho de 2010

Filme bom tem que ter REDENÇÃO!


"Não é surpresa que Jesus tenha usado parábolas e histórias para ilustrar suas lições e explicar a natureza inexplicável do reino de Deus aos seus seguidores. Uma história nos capacita a entender uma realidade transcendente que não seríamos capazes de perceber de outra maneira, com a mera abstração racional. O filme dá vida às questões cotidianas.

Grandes filmes são como sermões narrativos. Os filmes prendem a nossa imaginação, mas também apresentam valores e visões de mundo que admiramos (ou detestamos). O objetivo é ajudar aqueles que gostam de ver filmes a discernir as idéias que levam ao desfecho da história e a perceber como elas influenciam a maneira como vivemos nossa vida – entender a história que está por trás da história.

As artes (das quais os filmes fazem parte) são meios dados por Deus para expressarmos a nossa humanidade. A criação da arte, embora prejudicada ou imperfeita, reflete a criatividade e a beleza de nosso Criador. Rejeitar completamente qualquer uma das artes é rejeitar a Imago Dei, isto é, a imagem de Deus na humanidade. Embora tenhamos caído, e nossa arte tenha sido afetada pela queda, continuamos sendo seres criados à imagem de Deus e, portanto, nossas criações continuam a refletir o nosso Criador. Como Francis Shaeffer gostava de dizer, essa imagem se revela mesmo que o artista procure escondê-la. Isso acontece porque toda a humanidade é, em certo sentido, a verdade de Deus não importa quem a esteja anunciando: um profeta, um incrédulo ou uma mula.

Embora seja verdade que a história é o alicerce de um filme, um exame da arte e da estrutura da narrativa mostra que o poder de atração do filme não é simplesmente que não são “boas histórias” de uma maneira indefinível, mas que essas histórias falam a respeito de algo. Elas narram os eventos em torno dos personagens, que vencem obstáculos para alcançar algum objetivo e, no processo, são confrontados com a necessidade pessoal de mudança. Em resumo, a narrativa de histórias nos filmes resume-se à REDENÇÃO, isto é, à recuperação de algo perdido ou a obtenção de algo necessário.

Os filmes podem ser basicamente histórias, mas essas histórias são no final, no fundo, acima de tudo e quase sempre a respeito da REDENÇÃO.

A narração de histórias pode ter muitas funções, como por exemplo, apresentam informações históricas, dar ensinamentos morais, e oferecer uma explicação espiritual. Dependendo do tipo de história, os filmes podem certamente suprir outros propósitos, mas seu aspecto redentor é, creio eu, o seu aspecto dominante.

A natureza de narrativas que possuem um propósito e uma visão de REDENÇÃO pressupõe a existência de uma maneira cristã de ver o mundo. Deus, o autor da história humana, narra histórias para mostrar o sentido da vida e a possibilidade da REDENÇÃO. A humanidade, criada à imagem de Deus, tem contado uma série de histórias dessa maneira desde a criação." (Trechos acima retirados da obra de Brian Godawa - Cinema e Fé Cristã - vendo filmes com sabedoria e discernimento).

Um verdadeiro filme cristão se caracteriza pelo seu realismo espiritual, e não pelo seu discurso ou debate por filosofias vãs. O cristianismo pode ser visto e contemplado, tanto no testemunho pessoal, como no cinema, mesmo que o próprio autor desconheça que foi um canal de graça de Deus com a humanidade.

Nós, cristãos, cremos que a regeneração do homem só pode vir como resultado da obra graciosa do Espírito Santo na salvação da alma. Antes que o homem possa adorar a Deus de modo bíblico, ele precisa conhecê-Lo como o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Esse grande Deus, onipotente, enviou seu Filho para viver a vida que não conseguimos viver, e morrer de forma como nós deveríamos ter morrido. Esse Deus gracioso tem invadido a História com a revelação da sua Palavra e a revelação do seu Filho Jesus Cristo. O evangelho se resume nos eventos históricos concernentes a nosso Senhor Jesus Cristo. Desde a sua encarnação e seu nascimento virginal e durante toda a sua vida santa para cumprir todas as exigências da Lei, em favor de todos aqueles que o Pai escolhera para dar a seu Filho, até a sua morte sacrifical em nosso lugar, e até a sua ressurreição e ascensão de volta à presença do Pai, onde Ele vive como nosso grande Sumo Sacerdote; esses grandes eventos constituem as boas-novas do evangelho. Nós os proclamamos com júbilo, por sabermos que, quando o Espírito de Deus conceder vida àqueles que estão mortos em delitos e pecados, a reação positiva daquela nova vida será uma vida somente dedicada à gloria de Deus (Soli Deo Gloria), isto é, total e completa REDENÇÃO!

sábado, 29 de maio de 2010

Perguntas Básicas acerca do Perdão



Deus realmente perdoa pecados?

Sim. A Bíblia é clara em afirmar que Deus “se esquece” dos pecados (Is 38.17; 43.25; Mq 7.18; Hb 8.12; 10.17). Ainda que tal expressão seja metafórica, isto é, comparativa, e antropomórfica, isto é, atribui a Deus atitudes humanas (neste caso, o esquecimento), a mensagem bíblica é clara: Deus perdoa os pecados.

Qualquer pecado?

Novamente, a resposta é um sonoro “sim”. A Bíblia fala do perdão divino concedido a pecados terríveis, como adultério e assassinato (no caso de Davi), e covardia (no caso de Pedro, que negou a Jesus). Estes são exemplos conhecidos. Há pelo menos um exemplo eloqüente e ilustrativo de que Deus perdoa qualquer pecado — um exemplo menos conhecido, mas talvez ainda mais impressionante que os anteriores. Trata-se da narrativa concernente ao rei Manassés, culpado de feitiçaria, massacres e crimes hediondos que incluíam até o sacrifício de seu próprio filho (2 Rs 21.1-9; 16). No entanto, arrependeu-se e foi perdoado (2 Cr 33.10-13, 18, 19 e 23).

O pecador precisa fazer alguma coisa para ser perdoado?

Não, se pensarmos em termos de merecer o perdão por méritos. Em outras palavras: à luz do ensino bíblico, não há nada que a criatura humana possa fazer para merecer o perdão. Sim, se pensarmos na necessidade do arrependimento e da fé em Cristo Jesus que todos precisam ter para que sejam perdoados. É oportuno citar: “pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” (Ef 2.8,9.)

O perdão de Deus é de uma vez só ou repetitivo?

Em um sentido, o perdão é dado uma única vez. A Bíblia apresenta o perdão como uma realidade presente, e não apenas como uma realidade futura: “se alguém está em Cristo, é nova criatura” (2 Co 5.17). Observe-se que o verbo ser está no tempo presente. Para quem está em Cristo, o perdão já é real hoje. Entretanto, cada vez que aquele que está em Cristo comete pecado, ele deve confessar sua falta e buscar o perdão divino: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 Jo 1.9).

Assim como se fala em ricos e pobres, brancos e negros, sábios e ignorantes, é correto falar em perdoados e não-perdoados?

Sim, pois a Bíblia não ensina que o perdão será distribuído “por atacado” para todas as pessoas, independentemente se queiram ou não ser perdoadas. O perdão é para aqueles que se reconhecem pecadores. Por mais desagradável que seja aos ouvidos modernos, não há promessa de perdão para os obstinados, aqueles que se recusam a admitir seus erros.

A ala reformada da igreja cristã proclama que a possibilidade do perdão termina com a morte. Na outra vida, aquela que se inicia com a morte, o perdão é mesmo impraticável?

Sim. Biblicamente falando, não há qualquer evidência que sirva de base para uma crença em perdão post-mortem. Grupos cristãos que crêem em tal possibilidade baseiam-se em tradições e em construções teológicas elaboradas a partir de raciocínios, mas não em um claro e inequívoco ensino bíblico.

O anjo que anunciou o nascimento de Jesus aos pastores de Belém chamou-o de Salvador. O mesmo fazem os apóstolos ao correr do Novo Testamento. Em que sentido Jesus é “o Salvador do mundo” (Jo 4.42)?

No sentido em que Ele veio para salvar, sem discriminação de raça, sexo ou condição social, econômica e cultural. É sugestivo e significativo o relato da genealogia de Jesus conforme Lucas (Lc 3.23-38), que apresenta o Salvador como descendente de Adão. Segundo este relato, Jesus é parente de toda a humanidade. Também é sugestiva e significativa a visão de João, de uma multidão que ninguém podia contar, constituída de pessoas salvas pela graça, provenientes de toda nação, tribo, povo e língua (Ap 7.9,10). Jesus concede salvação pela sua graça, como já vimos. Neste sentido, Ele é o Salvador do mundo.

Respostas oferecidas por Carlos Caldas, professor do programa de pós-graduação em ciências da religião da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O Difícil Auto-Exame

αγαπας

Continuo a leitura do livro mencionado no meu último post e agora me encontro no capítulo III que relata o maior dos frutos do espírito - o amor ÁGAPE. Nele o autor tenta determinar o melhor significado para esta palavra e encontra na Palavra este significado. Na passagem básica em Mt 5.43-48, o próprio Jesus insiste em que o amor humano deve seguir o padrão do amor de Deus. E qual é a grande característica do amor de Deus? Deus faz vir chuvas sobre justos e injustos, e faz nascer o sol sobre maus e bons. Logo, o significado de ágape é a benevolência invencível, a boa vontade que nunca é derrotada. Ágape é o espírito no coração que nunca procurará outra coisa senão o sumo bem do seu próximo. Não se importa com o tratamento que recebe do seu próximo, nem com a natureza dele; não se importa com a atitude do próximo para com ele, nunca procurará outra coisa a não ser o sumo bem do próximo, o melhor para ele.

O amor cristão é o reflexo do amor de Deus, e dele obtém seu padrão e poder. Este amor é totalmente imerecido, porque a prova dele é que, enquanto éramos pecadores, Cristo morreu por nós (Rm 5.8). O processo inteiro da salvação tem seu início no amor de Deus, não merecido por nós. Além disso, o amor de Deus é um amor que produz e transforma. É aquele amor que, derramado no coração dos homens, produz as grandes qualidades da vida e do caráter cristãos (Rm 5.3-5).

Num dos trechos do livro o autor menciona Efésios 3.19 onde está escrito que "o amor excede todo entendimento", ou seja, o amor é sempre um mistério. Qualquer pessoa que é amada fica atônita, perguntando a si mesma por que aquilo acontece. O amor de Cristo não é algo a ser explicado; é algo diante do qual o homem somente pode maravilhar-se, prestar culto e adorar. O amor de Jesus Cristo é o padrão da vida cristã, ou seja, o cristão deve andar conforme Cristo o amou (Ef 5.2). O cristão não é perseguido pelo medo a fim de ser bom; é elevado até a bondade mediante a obrigação do amor que desperta a generosidade que está adormecida na alma.

Paulo escreve aos coríntios "Todos os vossos atos sejam feitos com amor" (1Co 16.14). O Sermão do Monte nos deixa sem dúvidas quanto à importância dos motivos do coração na vida cristã (Mt 5.21-48). Há um tipo de generosidade cujo motivo principal é obter prestígio. Há um tipo de advertência e repreensão que brota do deleite em ferir as pessoas e em vê-las afastando-se. Há até mesmo um tipo de labuta e serviço que provém do orgulho. O autor também nos adverte ao lembrar que um dos deveres mais negligenciados da vida cristã é o auto-exame, e talvez isto seja negligenciado por ser um exercício muito humilhante. Se nos examinarmos, é bem possível que descubramos que não há quase nada neste mundo que façamos com motivos puros e sem mistura. Ainda que seja assim, devemos continuar a colocar diante de nós o padrão pelo qual devemos viver, a insistência de que o único motivo cristão é o amor.

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Um pouco de grego antigo:

"Depois de terem comido, perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeirinhos. Tornou a perguntar-lhe: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor; tu sabes que te amo. Disse-lhe: Pastoreia as minhas ovelhas. Perguntou-lhe terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Entristeceu-se Pedro por lhe ter perguntado pela terceira vez: Amas-me? E respondeu-lhe: Senhor, tu sabes todas as coisas; tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas". João 21: 15-17

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σιμων ιωνα αγαπας με πλειον τουτων;
Simão de João amas me mais do que estes?

δευτερον λεγει αυτω ναι κυριε συ οιδας οτι φιλω σε
segunda vez diz a ele sim Senhor tu sabes que gosto de ti

quarta-feira, 19 de maio de 2010

ERITHEIA


B: facções; ARC: pelejas; ARA: discórdias; BJ: discussões; Mar: rixas; P: rivalidade; BLH: separam-se em partidos; BV: esforço constante para conseguir o melhor para si próprio. (...)
As numerosas e variadas traduções desta palavra demonstram a incerteza do seu significado. No entanto, fica bastante claro o que ela quer dizer de modo geral. Descreve uma atitude errada na realização de um serviço e na detenção de um cargo. No grego secular a palavra, com seu verbo correspondente, tinha dois sentidos.

i. Erithos é trabalhador diarista, ertheuesthai, o verbo, é trabalhar por contrato, e eriheia é o trabalho contratado. A palavra pode ser usada nesse contexto, sem o menor mau sentido. (...) Mas a distância entre trabalhar por pagamento e trabalhar somente por pagamento, ou trabalhar sem outro motivo do que ver quanto a pessoa pode ganhar, não é muito grande. A palavra, portanto, pode descrever a atitude do homem que não tem consideração pela prestação do serviço, nenhum orgulho no artesanato fino, nenhuma alegria no trabalho, e que se ocupa em qualquer trabalho visando somente o que pode ganhar com ele. (...)

ii. Em Aristóteles, eritheuesthai, o verbo, adquire outro significado. Talvez, aqui também, o significado não seja totalmente claro, mas neste caso a atmosfera geral também fica clara. Em Aristóteles a palavra significa angariar votos para um cargo mediante partidários contratados, e Aristóteles alista esta atividade como uma das práticas que finalmente levam às revoluções. Rackham a traduzia por "intrigas eleitorais". Por trás disto há algo da mesma idéia que se liga ao primeiro significado da palavra. A ação política descrita acha-se na atividade de um homem cujo único motivo é a ambição partidária ou pessoal, e que não concorre a um cargo com o desejo nobre de servir ao Estado, à comunidade, e ao seu próximo, mas que apenas procura satisfazer sua ambição pessoal, seu desejo pessoal pelo poder, ou a exaltação de um partido em concorrência com outros, e não pelo bem do estado. A palavra descreve a atitude do homem que está num emprego público visando as vantagens que pode usufruir, mas, desta vez, o motivo não é tanto o lucro material ou financeiro quanto o prestígio e poder pessoais. Burton traduz a palavra pela frase: "dedicação egoísta aos seus próprios interesses."

Paulo usa a palavra quatro vezes. Em Rm 2.8 fala daqueles que são ex eritheias, aqueles que são dominados pela eritheia e que desobedecem à verdade, e contrasta-os com aqueles que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade, e fica bem claro que não se trata de glória e honra humanas. Em 2Co 12.20 usa-a no tocante aos pecados que receia achar em Corinto, ligando-a com invejas, iras, porfias, detrações, intrigas, orgulho e tumultos. Em Fp 1.17 usa-a no tocante àqueles em cuja proclamação do evangelho o motivo principal é a concorrência com ele próprio, àqueles cuja pregação visa mais frustrá-los do que glorificar a Cristo. Em Fp 2.3 conclama os filipenses a fazerem nada com eritheia ou soberba, cada um considerando os outros superiores a si mesmo, e depois segue-se a gloriosa passagem que diz como Jesus Cristo esvaziou-Se da Sua glória por amor aos homens.

Estes usos são relevantes para fixar o significado que Paulo atribuía à palavra. Deve ser notado que três das quatro ocorrências aparecem nos contextos nos quais o problema principal acha-se nos partidos em mútua concorrência dentro da Igreja. A igreja em Corinto estava dividida em partidos concorrentes entre si; na Igreja em Filipos a pregação se tornara em um meio de diminuir a Paulo ao invés de proclamar a Cristo. Em Paulo, a palavra denota claramente o espírito de ambição e rivalidade pessoais que tem como resultado um partidarismo que considera o partido acima da Igreja.

Semelhante motivação já seria bastante ruim no mundo, mas é uma tragédia quando invade a Igreja. Mas é exatamente isso o que acontece. Há aqules cuja obra na Igreja visa exaltar sua própria proeminência e importância, e que ficam amargamente decepcionados quando não recebem a posição e as honrarias que acreditam ter merecido. Há aqueles, por mais cruel que pareça ser esta declaração, que trabalham em comissões e juntas porque estes são o único lugar no mundo onde podem parecer ser alguém. O serviço deles, que parece ser voluntário, é um meio de gratificar um desejo pelo poder.

Além disso, há aqueles membros na Igreja, o pior tipo deles, que realmente planejam e fazem intrigas para apoiarem uma política ou uma linha; e é bem possível que estejam mais interessados em obter o triunfo da sua política do que o bem-estar geral da igreja. Não é impossível ouvir debates prolongados nas reuniões da Igreja onde a preocupação não visa tanto a missão da Igreja quanto o triunfo de algum partido, política, ou até mesmo pessoa dentro da Igreja.

Há uma só resposta para tudo isso. Enquanto Cristo ficar no centro da vida do indivíduo e da Igreja, eritheia, a ambição pessoal e a rivalidade partidária, não poderá sequer começar a aparecer; mas quando Cristo for removido do centro e as ambições políticas de qualquer homem se tornarem o centro, certa e inevitavelmente eritheia, a competição pessoal, invadirá a Igreja e perturbará a paz dos irmãos.

Trecho retirado do livro "As Obras da Carne e o Fruto do Espírito" de William Barclay, Volume 2. Publicado pela editora Vida Nova*.


* Os editores deixam claro em nota que a publicação desta bela obra de William Barclay não significa que endossam a teologia dele. O Prof. Barclay não era evangélico, uma vez que negava a inspiração plenária das Escrituras, a divindade de Jesus Cristo e a condenação eterna dos ímpios, entre outras doutrinas fundamentais. Os editores crêem que seria um grave erro concluir que a divulgação de suas valiosas pesquisas sobre termos gregos, visando uma compreensão maior do Novo Testamento, também inclui o apoio às posições anti-cristãs que Barclay abraçava.

sábado, 8 de maio de 2010

Penduricalho


 "Quem é este?" é a pergunta feita desde que Jesus andou pela Galiléia! Quando perdoou ao paralítico, os teólogos questionaram: "Quem é este que blasfema? Quem pode perdoar pecados, a não ser somente Deus?". Ao acalmar a tempestade, os discípulos indagaram: "Quem é este que até aos ventos e às águas dá ordens, e eles lhe obedecem?". Essa indagação ecoou pelos séculos e ninguém escapa de respondê-la, pois Jesus pergunta a cada um: "Quem você diz que eu sou?".

 As dificuldades para compreender o carpinteiro de Nazaré não foram sempre as mesmas. No início da Era Cristã, foi difícil aceitar sua humanidade. Não se duvidava de que Ele era Deus, mas resistia-se a aceitar que fosse verdadeiramente humano. Na nossa época ocorre, antes, o inverso! Não se questiona o homem Jesus, mas nega-se que seja Deus de verdade.

 Como exemplo de uma resposta pessoal, cito o testemunho que Martinho Lutero deu:
 "Até agora, por minha maldade de fraqueza congênita, fui incapaz de fazer jus às exigências de Deus. Se não puder crer que Deus, por Cristo, me perdoará o meu falhar, que dia por dia, lamento, eu estarei arruinado. Terei de desesperar.

 Mas, isso jamais farei! Pendurar-me num galho como Judas, isso não vou fazer. Vou pendurar-me no pescoço ou nos pés de Cristo, como a pecadora o fez. Apesar de eu ser pior do que ela, vou apegar-me ao meu Senhor Jesus.

No dia do Juízo final Ele dirá a Deus, o Pai: 'Este penduricalho também vai ter que passar. Verdade é que ele nada guardou, e trangrediu todos os teus mandamentos. Pai, mas ele se pendura em mim. É isso que importa! Eu morri por ele, deixa-o entrar'. Esta será a minha fé!".

Martin Weingaertner, Organizador e editor do livro Orando em Família - Meditações Diárias

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber


O livro de Atos oferece a História das origens das primeiras comunidades da fé cristã. Ele oferece a História das primeiras missões cristãs. Igrejas locais tornaram-se celeiros missionários. Isso foi especialmente verdadeiro de Jerusalém e Éfeso. Os membros da Igreja se consideravam missionários ou sustentadores de missionários. Eles viam sua riqueza pessoal como capital espiritual para patrocinar a mensagem do evangelho e para o sustento temporário de membros da comunidade da fé que estivessem em necessidade.

"Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber."  Esse é um princípio temporário ou universal? É univesal! Paulo não colocou nenhuma qualificação sobre ele. Mas a bem-aventurança pode vir tanto na História como na eternidade. Nesse sentido, a doação generosa é sempre sábia, mas a bem-aventurança resultante na História nunca é plenamente previsível, quer em termos de sua forma ou de seu tempo.

Os homens devem confiar em Deus para fornecer essas bênçãos. Eles devem confiar na graça de Deus. Isso exige fé. Deveria exigir maior fé para um homem na pobreza do que um homem na riqueza, pois o pobre tem experimentado pouco das bênçãos materiais de Deus. Ele não sabe como acumular riquezas. Ele dá sacrificialmente, assim como fez a viúva. Ele não tem nenhuma reserva econômica visível. O rico sim. O homem rico arrisca menos quando ele dá, pois sabe como repor suas reservas. Na prática, contudo, deus concede fé segura com maior frequência àqueles na pobreza do que àqueles com muitas posses. Muito menos concede tal fé ao rico. Deus concede ao pobre uma fé vigorosa no futuro ordenado por Deus. "E, outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus" (Mt 19.24). Eles dão sacrificialmente com maior prontidão do que o rico.

Trecho retirado do livro Sacrifício e Domínio - Um Comentário Econômico sobre Atos de Gary North publicado pela editora Monergismo.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Post-it!

 No dia 31 de outubro de 1517, um professor alemão de Teologia chamado Martinho Lutero (1483-1546) afixou uma folha de papel contendo noventa e cinco proposições "teses" para discussão, na porta da Igreja do Castelo em Wittenberg. Na sua época esse era um procedimento normal pois aqueles que desejavam iniciar um debate culto sobre um assunto, usavam a porta da igreja como quadro de avisos.

 As teses questionavam a validade das indulgências, uma prática que a Igreja medieval havia desenvolvido para ajudar na salvação das almas. Elas baseavam-se na crença de que Cristo, a Virgem Maria e os santos haviam acumulado um excedente de boas ações (o "tesouro de méritos") do qual, de acordo com a Igreja, o papa podia lançar mão para perdoar a quantidade de castigo temporal (no purgatório) pelo pecado que as pessoas comuns teriam que sofrer. A princípio, essas reduções de tempo no purgatório antes de se entrar no céu eram oferecidas àquelas que haviam participado das cruzadas, peregrinações ou tinham realizado algum ato de grande mérito. Aos poucos, as condições para se conceder esses perdões foram relaxando e no final do século 15 elas podiam ser obtidas através da oferta de dinheiro para a Igreja. Para todos os efeitos, a distribuição de indulgência havia se tornado um negócio que empregava vendedores quase profissionais. As questões que Lutero levantou sobre essa prática não tinham a intenção de causar uma divisão na Igreja, mas foi o que aconteceu.

 Lutero era filho de um mineiro de cobre na Saxônia. Como seu pai desejava que ele seguisse uma carreira na área de Direito, Lutero começou a estudar na Universidade de Erfurt em 1501 e recebeu um Mestrado em Ciências Humanas em 1505. Porém, no último ano uma experiência aterradora durante uma tempestade levou o jovem Lutero a abandonar suas ambições seculares e entrar para um mosteiro de eremitas agostinianos em Erfurt. Em 1507 ele foi ordenado para o sacerdócio, mas sua primeira missa foi uma experiência de tal modo intimidante que ele sentiu-se completamente inadequado.

 A natureza introspectiva e questionadora de Lutero era tal que seu superior monástico, Johann von Staupitz, recomendou que ele continuasse seus estudos na Universidade de Wittemberg e em 1512 ele recebeu o doutorado em Teologia. Foi então nomeado professor nessa universidade, uma instituição fundada pelo duque da Saxônia em 1502. Além de lecionar, Lutero trabalhava como pastor da igreja da cidade e como supervisor administrativo de um mosteiro agostiniano na Saxônia. Certa vez foi enviado para tratar de assuntos monásticos em Roma, onde o caráter mundano da cidade que ele acreditava ser o centro da espiritualidade o deixou profundamente desiludido e desgostoso.

 As primeiras palestras teológicas de Lutero eram sobre Salmos, Romanos, Gálatas e Hebreus. As anotações que fazia para estas indicam que ele havia abandonado a forma medieval tradicional de analisar o texto. Concentrando-se em questões de pecado, graça e retidão, ele seguia os ensinamentos de Agostinho de Hipona, rejeitando desse modo a abordagem escolástica. O que levou Lutero a repensar a Teologia foi o estado de desespero no qual ele se viu diante da presença de Deus. Ele queria a segurança da aceitação divina, mas consciente da enormidade do pecado, ele viu Deus apenas com uma justiça implacável que condenava todos os esforços da humanidade em encontrar perdão. Seu desejo de pagar o preço do pecado através das várias obras recomendadas pela Igreja e pela ordem agostiniana só fazia aumentar essa frustração.

 Por fim, a solução da crise espiritual de Lutero veio de sua sensação de total desamparo diante de Deus e dos escritos dos apóstolo Paulo. Sua "descoberta evangélica" foi de que uma pessoa não é justificada pelas obras, mas sim pela fé na obra consumada de Cristo. Não há nada que um indivíduo possa fazer para merecer o perdão de Deus, mas se ele crer em Cristo, Deus lhe concederá a salvação e a vida eterna através do dom do Espírito Santo. Tudo isso acontece por meio da fé - ao entregar-se completamente à mensagem do evangelho. Aqui, Lutero descreve sua experiência:

Eu ansiava compreender a epístola de Paulo aos Romanos e não havia nada que me impedisse a não ser aquela expressão "a justiça de Deus", pois eu entendi que significava que se havia justiça então Deus era justo e agia com justiça ao punir os injustos. Minha situação era tal que, apesar de ser um monge impecável, eu estava diante de Deus como um pecador com a consciência perturbada e não tinha confiança de que meu mérito iria aplacar esse Deus.
Ponderava dia e noite até que enxerguei a ligação entre a justiça de Deus e a declaração de que "o justo viverá pela fé". Então, compreendi que a justiça de Deus é aquela retidão através da qual a graça e a misericórida de Deus nos justificam pela fé. A partir de então senti que havia nascido de novo e passado por portas abertas para o paraíso. As Escrituras como um todo adquiriram um novo significado e se antes a "justiça de deus" havia me enchido de ódio, agora tornara-se inexprimivelmente doce em maior amor. Essa passagem de Paulo tornou-se para mim o portal do céu.
 Se você tem uma fé verdadeira de que Cristo é seu Salvador, então imediatamente você tem um Deus cheio de graça, pois a fé o guia e abre o coração de Deus bem como sua vontade para que você possa ver a graça pura e transbordar de amor.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

As Eclusas de Tucuruí




A Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, é a maior obra de engenharia já realizada na Amazônia.

Feita entre 1979 e 1992, responde sozinha por 10% de toda a energia gerada no país. Mas sua construção interrompeu a navegação no Rio Tocantins, porque uma parte do projeto foi ignorada: a edificação de eclusas que permitissem às embarcações vencer o desnível de 69 metros entre o lago da barragem e o leito do rio.

No fim de 2006, a Eletronorte, que administra a usina, foi incumbida de fazer as eclusas de Tucuruí. Quem vê a estrutura fica embasbacado com seu gigantismo. Do alto, só é possível divisar caminhões e guindastes – os operários, de tão minúsculos, perdem-se na paisagem.

 Com dois tanques de 210 metros de comprimento, 33 de largura e 45 de altura, as eclusas permitirão o transporte por barco de 40 milhões de toneladas de carga por ano. Deverão ser inauguradas no meio do ano de 2010. - Leonardo Coutinho, de Tucuruí (PA) para a revista Veja


Mais informações:
AHIMOR - Administração das Hidrovias da Amazônia Oriental - Texto completo sobre as eclusas, suas dimensões, localização, etc..
ELETRONORTE - Imagens da Obra - Fotos recentes
WIKIMAPIA - Fotos tiradas por satélite - Vista aérea da usina e das eclusas de Tucuruí (passeie pelo local e veja todo o futuro trajeto das embarcações)

Experiencing Supernatural Joy

Foto: Icaro N. Silva

In John’s Gospel, Jesus expounded His declaration that He is the vine and we are the branches: “These things I have spoken to you, that My joy may remain in you, and that your joy may be full” (John 15:11).

This text indicates that the joy of the Christian is not the natural joy of human life. It is a supernatural joy insofar as it has a supernatural source. It is the work of Christ within us. Though Jesus spoke of His joy being in us, it is still our joy once it is in us. He is its source and its power, but it is still our joy.

Jesus also spoke of the end or purpose of His joy remaining in us, namely, that our joy may be full. The term full speaks of a degree, in this case an ultimate degree. There is no more joy than full joy. Yet we can experience partial joy or less than full joy, not because there are fluctuations in Jesus’ joy, but because there are fluctuations in the degree of our abiding in Christ.

We cannot fall out of Christ, but in the process of sanctification we experience greater and/or lesser degrees of clinging closely to Him. Here our wills are important in that we are called to abide in Christ.

Retirado do site http://www.ligonier.org/

Pergunta 1 (R. C. Sproul)

 

POR QUE DEUS ME SALVOU?

"Não conheço nenhuma pergunta teológica mais difícil de responder do que essa. Tenho estudado teologia por muitos anos e ainda não consigo pensar numa razão que responda completamente o motivo pela qual Deus me salvaria ou a qualquer pessoa. Algumas pessoas dão uma resposta muito simples a essa pergunta. Dizem que Deus o salvou porque você colocou sua confiança e sua fé em Cristo quando respondeu ao chamado do evangelho. A primeira vista esta é, certamente, uma resposta legítima, porque somos justificados pela fé e somos chamados a dar essa resposta.

Mas a pergunta mais profunda é: por que você respondeu ao evangelho quando o ouviu e outra pessoa que o ouviu também - inclusive na mesma reunião e no mesmo momento - não respondeu a ele? O que havia em você que o levou a responder positivamente enquanto outros são levados a rejeitá-lo? Faço esta pergunta a respeito de minha própria vida. Poderia dizer que a razão pela qual eu respondi é que eu sou mais justo do que a outra pessoa. Deus me livre de dizer isto no dia do julgamento. Posso pensar que eu sou mais inteligente do que os outros, mas não desejo dizer isto também. Alguém pode dizer que eu reconheci melhor a minha necessidade do que as outras pessoas, mas mesmo esse reconhecimento é uma mistura de pelo menos um certo grau de inteligência e um certo grau de humildade, o que, na sua maior parte encontraria suas raízes, em última análise, na graça de Deus. Tenho de repetir com o ancião, apenas pela graça de Deus eu prossigo. Não posso dar nenhuma outra razão do motivo de ser salvo senão a graça de Deus.

A Bíblia diz muitas coisas sobre o motivo de Deus iniciar a salvação das pessoas: ele ama o mundo, tem uma atitude benevolente para com suas criaturas caídas. Sabemos disto. Mas quando chegamos aos detalhes mais específicos, a Bíblia fala sobre o soberano trabalho de redenção de Deus e usa os termos eleição e predestinação. Estas são palavras bíblicas. O que está por trás da graça predestinadora de Deus ou de sua eleição? Alguns dizem que Deus prevê as escolhas das pessoas. Creio que isto remove o próprio cerne do ensino bíblico.

Quando as Escrituras falam a respeito da eleição que Deus faz de pessoas, falam de Deus elegendo pessoas em Cristo; nossa salvação está alicerçada em Jesus. Isto me leva a pensar no seguinte: você e eu somos salvos não apenas pelo cuidado de Deus a nosso respeito, mas especialmente, e em última análise, pela absoluta determinação de Deus em honrar o seu filho obediente. Nós somos as dádivas de amor que o Pai dá ao Filho, de forma que o Filho, que viveu uma vida de perfeita obediência e morreu na cruz, possa ver a agonia de sua alma e ficar satisfeito. Creio que esta é a razão principal pela qual Deus nos salva: honrar a Cristo."

Boa pergunta!, R.C. Sproul, Editora Cultura Cristã

Nota: O livro Boa Pergunta! não é uma obra acadêmica, até mesmo por conta de seu formato, porém culta e pastoral. É uma ferramenta importante para cristãos em geral, especialmente para aqueles surpreendidos por questões difíceis, e que não se contentam em dizer simplesmente: não sei!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A natureza e as Escrituras (Spurgeon)



"Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo. Aí, pôs uma tenda para o sol, o qual, como noivo que sai dos seus aposentos, se regozija como herói, a percorrer o seu caminho. Principia numa extremidade dos céus, e até à outra vai o seu percurso; e nada refoge ao seu calor." (Salmo 19)

Na juventude, enquanto cuidava do rebanho de seu pai, o salmista Davi se dedicava ao estudo dos dois grandes livros de Deus: a natureza e as Escrituras. E ele se aprofundava no espírito destes dois únicos volumes de sua biblioteca a tal ponto que era capaz de compará-los e contrastá-los num estudo disciplinado, engrandecendo a excelência de seu Autor que se vê em ambas as obras.

Como são tolos e mal intencionados aqueles que, em vez de aceitar estes dois tomos sagrados e ter prazer em contemplar as mesmas mãos divinas que operaram neles, desperdiçam toda a inteligência no empenho de achar discrepâncias e contradições.

Podemos assegurar tranqüilamente que os "Vestígios da Criação" jamais irão contradizer o Gênesis, nem será descoberto um "Cosmos" correto diferente da narrativa de Moisés.

Sábio é aquele que lê tanto o livro sem palavras como o livro da Palavra como dois volumes da mesma obra e conclui: "Meu Pai escreveu tanto este quanto aquele."


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A importância da competência emocional




Hoje aquele profissional "melhor aluno da classe" que não consegue trabalhar em equipe, é quase certo que esteja fora do mercado.

E ainda existem pessoas achando que só basta ser bom tecnicamente :P

domingo, 31 de janeiro de 2010

A auto-imagem distorcida que o mundo nos impõe


Solução: os óculos de Deus!

The Australian Christian boy



 Já conhecia a história de Nick Vujicic, porém esta me havia sido apresentada como um tipo de auto-ajuda. Você sabe como são! Um conjunto de slides motivacionais, destes que recebemos todos os dias em formato powerpoint com mensagens e relatos de superação e que,  sem tempo nem paciência para lê-los, nós os deletamos rapidamente da caixa postal.

 Hoje assisti o vídeo acima e fiquei impressionada com a história de Nick - a "verdadeira" história! Neste filme Nick testemunha sobre suas limitações, sua conversão ao Cristianismo e o propósito de Deus para sua vida. O breve documentário é profundamente impactante e mostra a Glória de Cristo em um coração transformado por seu Amor.

Não seria necessário escrever este post, pois o vídeo já diz tudo, entretanto me senti enganada porque o material que chegou até mim via e-mail, o que já não é muito confiável admito, havia sido reeditado de forma que o nome de Jesus não era mencionado e por isso dava a entender que a força do jovem Nick vinha dele próprio, isto é, retiraram a honra de Deus.

Bem que eu desconfiava que aquela vontade de viver plenamente e apesar das deficiências sérias não sentir pena de si mesmo, aquele desejo intenso de ajudar os outros não podia vir de um homem não regenerado. Que Deus continue abençoando outras vidas através de seu testemunho, Nick Vujicic!

domingo, 24 de janeiro de 2010

Um Único Caminho



Certa vez Jesus disse:

 Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei.” (Mt 11.28)

Visão embassada


"Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão" (Mateus 7.5)


O Evangelho segundo Mateus nos relata que Jesus repreendeu os homens que usavam o rigor da lei religiosa para punir a mínima coisa naqueles que não se conduziam conforme o esperado, mas estes homens não observavam o poço de incoerência em que suas próprias vidas estavam mergulhadas. Jesus disse que a trave no olho fazia com que eles vissem incorretamente o cisco no olho do outro.


Como é difícil fazermos avaliações constantes, avaliações sobre nós mesmos, sobre nossa religião, sobre nossas crenças, idéias e valores. Como é difícil olhar para "dentro" sem medo do que será visto.

Já leram o Retrato de Dorian Grey de Oscar Wilde? Sobre este livro eu conto em outro post futuramente. O que posso adiantar é que o belo Dorian Grey não suportou ver sua podridão retratada através de uma pintura, um auto-retrato, que dia após dia se deteriorava cada vez que ele pecava, assim sua imagem outrora bela, se enchia de manchas, rugas e cicatrizes.


Já escrevia sobre a hipocrisia do homem, o fidalgo Franco Sacchetti que é autor de O Livro das 300 Novelas (Trecentonovelle), obra cheia de anedotas, historietas cômicas baseadas em fatos reais e que nos fornecem uma eficaz imagem dos costumes (e do humor moralista) do Renascimento italiano. Aí vai um dos meus favoritos:







DOM POMPÓRIO - FRANCO SACCHETTI (Circa 1332-1400 - Itália)

DOM POMPÓRIO, MONGE, É DENUNCIADO AO ABADE PELA SUA EXAGERADA GULA; E CRITICANDO O ABADE COM UMA FÁBULA, LIVRA-SE DA CENSURA.


Em tempos que lá se vão, havia num famoso mosteiro um monge de idade madura, mas notável e grande comilão. Vangloriava-se de comer numa única refeição um quarto de gordo vitelo e um par de capões.

Tinha este monge, que se chamava Dom Pompório, um prato ao qual pusera o nome de oratório de devoção, e onde cabiam sete grandes escudelas de sopa. E, além do conduto, ele, cada dia, tanto ao almoço como ao jantar, enchia o pratinho de caldo ou de outra qualquer espécie de sopa, não deixando sobrar a menor migalha. E todos os restos que os outros monges deixavam, fossem poucos ou muitos, eram apresentados ao oratório e ele os punha na devoção. E, por mais sujos e imundos que fossem, pois que tudo servia aos fins do seu oratório, devorava-os a todos que nem lobo esfomeado.


Vendo os outros monges a sua desencadeada gula e voracidade, e admirados em extremo de tanta indolência, com palavras ora boas ora más o repreendiam. Porém, quanto mais o corrigiam os monges, tanto mais lhe crescia o desejo de juntar mais caldo ao seu oratório, pouco se lhe dando de qualquer repreensão. Tinha, entretanto o glutão uma virtude: não se zangava nunca; e cada um podia contra ele dizer o que quisesse que ele não o levava a mal.


Deu-se que um dia o denunciaram ao reverendo abade; o qual, ouvida a queixa, o mandou vir, e lhe disse:

- Dom Pompório, fizeram-me uma grande representação contra ações vossas, a qual, além de constituir grande vergonha, suscita escândalo em todo o mosteiro.


Respondeu Dom Pompório:


- E que oposição me fazem a mim esses acusadores? Sou o monge mais mansueto e mais pacífico de vosso mosteiro; não molesto nem estorvo nunca a ninguém, antes vivo com tranqüilidade e quietude, e se sou por outrem injuriado, sofro com paciência e nem por isso me escandalizo.


Disse o abade:


- Então, parece-vos louvável este ato? Tendes um prato não de religioso, mas de fétido porco, no qual, além do vosso trivial, pondes todos os restos dos outros, e sem respeito nem vergonha, não como criatura humana nem como religioso, mas como besta esfaimada, os devorais. Não percebeis, homem grosseiro e inútil, que todos vos têm como seu bufão?


Respondeu Dom Pompório:


- E como deveria envergonhar-me, padre? Onde se encontra agora a vergonha no mundo? E quem a teme? Mas, se me dais licença para falar com segurança, responder-vos-ei; se não, obedecerei a vossas ordens, e observarei em silêncio.


Disse o abade:


- Dizei o que vos aprouver, que estamos contentes em que faleis.

Tranqüilizado, disse Dom Pompório:


- Pai abade, estamos na situação daqueles que carregam odres às costas: cada um vê o do companheiro, mas não vê o seu. Se eu comesse iguarias lautas, como o fazem os grandes senhores, decerto comeria muito menos do que como. Mas, comendo iguarias grosseiras, de fácil digestão, não me parece vergonhoso o muito comer.

O abade, que vivia suntuosamente, com o prior e outros amigos, de bons capões, faisães, perdizes e demais espécies de aves, compreendeu o que queria dizer o monge; e receando ser apontado por ele às claras, absolveu-o, permitindo-lhe comesse a seu talante; pior para quantos não sabiam bem comer e beber.

Indo-se o abade, Dom Pompório, absolvido, dia a dia dobrou a comida, acrescentando ao santo oratório do bom prato a devoção; e porque era seriamente repreendido dos monges por semelhante bestialidade, subiu ao púlpito do refeitório e com belos modos contou esta breve fábula:

- Encontraram-se, já faz muito tempo, o vento, a água e a vergonha numa taverna, e comeram juntos; e, praticando de coisas várias, disse a vergonha ao vento e à água:


- "Quando, irmão e irmã, voltaremos a estar juntos tão pacificamente como agora?"


A água respondeu:


- "Certamente a vergonha diz a verdade; pois quem sabe quando virá ocasião de nos reencontrarmos juntos? Mas, se eu te quisesse encontrar, ó irmão, onde fica a tua morada?"



Disse o vento:


- "Minhas irmãs, cada vez que me quiserdes encontrar para gozarmos o prazer de estar juntos, olhai por qualquer porta aberta, ou rua estreita qualquer, que logo me encontrareis, pois é ali a minha residência. E tu, água, onde moras?"


- "Eu estou, disse a água, nos mais baixos pauis, entre aqueles caniços; e por mais seca que seja a terra, sempre lá me encontrareis. E tu, vergonha, qual é a tua estância?"


- "Eu, em verdade, respondeu a vergonha, não sei, pois que sou pobrezinha e por todos enxotada. Se olhardes entre os grandes, não me encontrareis, porque não querem ver-me e zombam de mim. Se olhardes entre a piche, são desavergonhados que não se importam comigo. Se olhardes entre as mulheres, tanto casadas como viúvas e donzelas, tampouco me encontrareis, dado que fogem de mim como de coisa monstruosa. Se olhardes entre os religiosos, longe deles estarei, pois que com bastões e galhas me espantam; de sorte que até agora eu não tenho habitação onde pousar; e, se não puder acompanhar-vos, veja-me privada de toda a esperança."


Ouvindo isto, o vento e a água moveram-se a compaixão e acolheram-na em sua companhia. Não ficaram juntos por muito tempo, porque se levantou grandíssima tempestade, e a pobrezinha, trabalhada do vento e da água, não tendo onde pousar-se, afundou no mar.



Pelo quê eu a tenho procurado em muitos lugares, e anda a procuro; mas não consegui encontrá-la, nem a ela, nem a ninguém que me soubesse dizer onde ela estava. E, não a encontrando, não me importo dela nem muito em pouco; e por isso obrarei à minha maneira, e vós à vossa, pois que hoje no mundo não se encontra a vergonha.

FIM

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Mas não foi assim desde o princípio



PARADOXO (*)


O ser humano é ambivalente. Conhecido e estranho, próximo e distante, transparente e opaco. O ser humano canta e protesta, dança e agride, congrega e dispersa. O ser humano é diáfano e indevassável, lúcido e nebuloso, acessível e inabordável. Circula pelas ruas, mas também recolhe-se na intimidade. O ser humano expande-se festivamente e tranca-se amargamente. É lógico e ilógico.



O ser humano é linguagem pluriforme. Fala e silencia, grita e emudece, gargalha e enclausura-se. O ser humano é palavra ofertada e palavra recusada. E recusar a palavra aos outros é rejeitá-los. O ser humano é fonte exuberante de comunicação, e também núcleo rígido de incomunicação. Comunicabilidade e incomunicabilidade são duas faces do existir humano. O ser humano é diálogo fecundo e monólogo estéril.



O ser humano é torrente de amor. Amar é expressão de vida, êxtase, paixão, impulso vital. É Eros. Mas o ser humano pode também gotejar ódio feroz (...)



O ser humano é fértil em criações. Cria vida, saúde, pão, paz, ciência, tecnologia. Mas o ser humano é também niilista. Incinera o mundo. Basta ver a guerra. O ser humano constrói maravilhas, mas também pode arrasá-las. Planta a semente e desintegra a germinação. Pai luta para ter filho; e pai estupra a carne de sua carne. Mãe sangra para sustentar o filho; e mãe abandona ou estrangula o recém-nascido.



O ser humano sente necessidade de convivência e solidariedade. Mas é também anti-social. A discriminação, o fanatismo e o sectarismo esfiapam o tecido da sociabilidade. O ser humano fascina. As pessoas seduzem pelo amor e pela beleza, pela inteligência e pela bondade. Mas também as pessoas intimidam e ameaçam com violências e assassinatos. O ser humano cativa com afeição e algema com servidão.



O ser humano é águia altiva que recorta horizontes vastos. E é também verme que rasteja. O ser humano empolga pelos avanços científicos e históricos, e frustra pela vulgaridade e pelo aviltamento. A fronte do ser humano roça a face de Deus, mas seus passos escorregam na lama. O ser humano dignifica-se pela fidelidade e abastarda-se pela traição.



O ser humano é paradoxo antropológico. Muitos exaltam a grandeza do ser humano. Outros muitos lhe estigmatizam a vileza. O ser humano não se define por conceito matemático. É seqüência de contrastes. É campo de “joio e trigo”. É ser em devenir. Pode acertar e pode errar. Pode fazer-se e desfazer-se. Mas abriga potencial para refazer-se. O ser humano é capaz de eliminar o ódio, a perversidade, a destruição. E pode propulsar energias criadoras inteligentes que amadureçam a consciência, redirecionem a liberdade, cultivem o amor, promovam a justiça, efetivem a solidariedade e assumam a responsabilidade.



O ser humano é oscilante. É paradoxo. Avança e recua, atrai e expulsa, ergue-se e recai, edifica e pulveriza, arrisca-se e amoita-se. O ser humano não é apenas herança. É decisão. É gênese existencial. É conquista de todos os dias. Lidar com o ser humano é lidar com o paradoxo.


* ARDUINI, Juvenal. Antropologia – ousar para reinventar a humanidade. São Paulo: Paulus, 2003, pp. 7-12

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Paz de Cristo Vs. Pax Romana



Hoje assisti Ben-Hur. Acho que é a quarta vez que assisto, não sei bem ao certo. É verdade que não vi o filme todo desta vez, mas a cena que vi despertou-me para um fato que antes passou desapercebido (*).

A história se passa no ano 33DC e num dos diálogos do personagem principal Ben-Hur (judeu) com seu melhor amigo Messala (romano) fica evidente a diferença entre a Pax Romana e a Paz de Cristo. Ambos querem a "paz", mas há grande diferença no conceito que cada um tem desta palavra.

Messala insiste que Ben-Hur delate os nomes dos homens que fazem parte do seu povo que são contra o domínio de Roma sobre a Judéia. Para ele, o imperador é deus e como tal tem poder de vida e morte sobre qualquer um que tente subverter a ordem estabelecida.

Ben-Hur sabia que vários judeus estavam dispostos a lutar até a morte para se libertarem do jugo romano, porém a paz por ele tão desejada não era aquela oferecida por Roma - uma paz conseguida através da espada, dos grilhões e da escravidão, mas sim uma paz que poucos até então conheciam; a Paz de Cristo!

Qual a reação de Ben-Hur? Não vou contar senão estraga a surpresa. Se quiser saber, assista ao(**) épico ;)

“Deixo para vocês a paz, a minha paz vos dou. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá” (João 14,27).

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e meu fardo é leve." (Mateus 11:28-30)


(*) DESPERCEBIDO OU DESAPERCEBIDO? - Uma pessoa que passou despercebida numa festa não foi notada, ninguém a viu entrar ou sair. Uma pessoa desapercebida é aquela que está desprevenida ou despreparada. Os desapercebidos, por exemplo, não conseguem perceber a diferença agora explicada. Entendeu?
(**) O verbo ASSISTIR usado como verbo transitivo direto (sem preposição ligando-o ao objeto), significa "ajudar", já usado com a preposição a significa "ver e ouvir com atenção". Exemplos: O rapaz assistiu ao filme (com preposição, significa que o rapaz viu e ouviu o filme com atenção)./A enfermeira assistiu o médico durante a operação (sem preposição, significa que a enfermeira ajudou o médico durante a operação).

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Leisure Moments



Não nego que é bom chegar em casa depois do trabalho, fazer um lanchinho em frente a TV enquanto assisto um dos meus seriados favoritos.


Opa! Começou Law & Order! Sei disso porque aquela frase acaba de ser introduzida: "In the criminal justice system, the people are represented by two separate, yet equally important, groups: the police, who investigate crime, and the district attorneys who prosecute the offenders blá blá blá." Legal demais! (Desculpe, mas esse tipo de alegria infantil quase sempre me assalta nessa hora hehe)


Sei que a Universal e a Warner, dentre outros canais da TV paga, repetem os episódios de suas séries a exaustão, mas sem problemas, afinal não tenho nada melhor pra assistir; você há de convir que a TV aberta oferece míseros programas de entretenimento, se é que podem ser chamados de entretenimento, estão mais para “emburrecimento”.


Bom........melhor episódio de “Law & Order” in my humble opinion:
- “Memo From the Dark Side” da 20ª temporada. O implacável Jack McCoy em sua melhor forma!


Melhor episódio de "Law & Order SVU - Special Victims Unit" (ou ISVU para os íntimos):
- “Hell” da 10ª temporada. Os destemidos detetives Elliot Stabler e Olivia Benson contra-atacam!


Melhor episódio de "House":
- “Broken” da 6ª temporada. Pela primeira vez na TV, meu anti-herói House encontra-se fragilizado. Este episódio, em especial, confere traços redentores à petulância de House e consegue torná-lo adorável. Acredite se quiser ou melhor assista se puder!! :) :)


Agora uma curiosidade: o personagem House foi baseado no célebre detetive inglês Sherlock Holmes. Holmes, assim como House é esnobe, presunçoso, arrogante, egoísta, pernóstico e sem cerimônia ao usar as pessoas para atingir seus objetivos nem sempre nobres.


Mais semelhanças entre Sherlock Holmes e Gregory House:


- Metodologia de trabalho de Holmes e House: observação, detecção e dedução, ou seja, a questão lógica dedutiva está sempre muito presente em ambos, preferindo se ligar a provas científicas a ouvir as pessoas.
 - Ambos são dotados de uma rude honestidade, desprovidos de boas maneiras e possuem uma certa acidez em suas falas.
- Egocêntricos, excêntricos e as vezes antisociais.
- São extremamente preguiçosos quando não estão envolvidos em um caso.
- Seus melhores amigos são médicos, com nomes similares: Wilson e Watson.
- Holmes (aquele do Clássico) nunca largava seu cachimbo curvo e House não consegue largar sua bengala, apesar de considerá-la um fardo.
- Holmes tem a sonoridade de Home(lar) e House(casa).
- Holmes é viciado em ópio e House em analgésicos.
- Maior inimigo de Holmes: Moriarty. Nome do homem que atirou em House: Moriarty.
- Número do apartamento de ambos: 221B.
- Holmes toca violino e House toca guitarra e piano.

Já que mencionei o personagem Sherlock H., seguem as melhores partes do novo filme “Sherlock Holmes” in my opinion (again):
- Sherlock é expert nas artes marciais neste filme; como um jogo de xadrez ele planeja lance por lance dos chutes, socos e pontapés e por incrível que pareça consegue executá-los exatamente como planejou. O cão-cobaia Gladstone também é uma graça. Agora.........aquele garfinho que se parece com um tridente ou um tipo de diapasão que solta cargas elétricas e que Holmes usa como arma contra o inimigo kkkk fala sério!! Tirando uns e outros detalhes, o filme é muito bom. Entretenimento certo! ;)

"Seinfeld" é ótimo; aquele episódio do cecê poderoso que fica impregnado no carro e em todos que entram no carro é muito engraçado!!!

Ando gostando de "The Good Wife".

"Lost" e "Heroes" estão uma bagunça; misturaram tanto o passado com o presente e por sua vez com o futuro que os autores perderam o fio da meada. Abandonei :P

Acompanhei uma temporada de "Brothers & Sisters". A matriarca Nora Walker é uma chata com filhos ainda mais chatos.


"Monk" é razoável, mas somente o personagem principal salva a série.

Entre tantas séries de TV que endeusam certas classes profissionais, tais como médicos, advogados e policiais, descobri uma série que aborda, mesmo que satiricamente e de modo debochado, a classe dos engenheiros, físicos e afins; minha mais nova diversão: a sitcom americana “The Big Bang Theory”. Mas deixo meu protesto: sinto saudades do mítico McGyiver. Se me lembro bem, McGyiver era um tipo de engenheiro-detetive. Os geeks de "The Big Bang Theory" nunca aprovaria aquelas gambiarras, mas que elas funcionavam, isso funcionavam!

Ainda não sei dizer qual o melhor episódio da série "The Big Bang Theory", pois comecei a assisti-la recentemente. Divirto-me a beça quando os personagens dissertam sobre a física do super-homem ou sobre a mecânica quântica. Ah! O episódio em que Sheldon, um dos geeks, se fantasia de Efeito Dopler é hilariante :)


Consigo viver sem minhas séries favoritas. Troco todas por um bom livro e às vezes alguns dos episódios são mesmo enfadonhos, bizarros, repetitivos e bobos, daí o filtro mental entra em ação e o sono também ;)