domingo, 28 de fevereiro de 2010

Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber


O livro de Atos oferece a História das origens das primeiras comunidades da fé cristã. Ele oferece a História das primeiras missões cristãs. Igrejas locais tornaram-se celeiros missionários. Isso foi especialmente verdadeiro de Jerusalém e Éfeso. Os membros da Igreja se consideravam missionários ou sustentadores de missionários. Eles viam sua riqueza pessoal como capital espiritual para patrocinar a mensagem do evangelho e para o sustento temporário de membros da comunidade da fé que estivessem em necessidade.

"Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber."  Esse é um princípio temporário ou universal? É univesal! Paulo não colocou nenhuma qualificação sobre ele. Mas a bem-aventurança pode vir tanto na História como na eternidade. Nesse sentido, a doação generosa é sempre sábia, mas a bem-aventurança resultante na História nunca é plenamente previsível, quer em termos de sua forma ou de seu tempo.

Os homens devem confiar em Deus para fornecer essas bênçãos. Eles devem confiar na graça de Deus. Isso exige fé. Deveria exigir maior fé para um homem na pobreza do que um homem na riqueza, pois o pobre tem experimentado pouco das bênçãos materiais de Deus. Ele não sabe como acumular riquezas. Ele dá sacrificialmente, assim como fez a viúva. Ele não tem nenhuma reserva econômica visível. O rico sim. O homem rico arrisca menos quando ele dá, pois sabe como repor suas reservas. Na prática, contudo, deus concede fé segura com maior frequência àqueles na pobreza do que àqueles com muitas posses. Muito menos concede tal fé ao rico. Deus concede ao pobre uma fé vigorosa no futuro ordenado por Deus. "E, outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus" (Mt 19.24). Eles dão sacrificialmente com maior prontidão do que o rico.

Trecho retirado do livro Sacrifício e Domínio - Um Comentário Econômico sobre Atos de Gary North publicado pela editora Monergismo.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Post-it!

 No dia 31 de outubro de 1517, um professor alemão de Teologia chamado Martinho Lutero (1483-1546) afixou uma folha de papel contendo noventa e cinco proposições "teses" para discussão, na porta da Igreja do Castelo em Wittenberg. Na sua época esse era um procedimento normal pois aqueles que desejavam iniciar um debate culto sobre um assunto, usavam a porta da igreja como quadro de avisos.

 As teses questionavam a validade das indulgências, uma prática que a Igreja medieval havia desenvolvido para ajudar na salvação das almas. Elas baseavam-se na crença de que Cristo, a Virgem Maria e os santos haviam acumulado um excedente de boas ações (o "tesouro de méritos") do qual, de acordo com a Igreja, o papa podia lançar mão para perdoar a quantidade de castigo temporal (no purgatório) pelo pecado que as pessoas comuns teriam que sofrer. A princípio, essas reduções de tempo no purgatório antes de se entrar no céu eram oferecidas àquelas que haviam participado das cruzadas, peregrinações ou tinham realizado algum ato de grande mérito. Aos poucos, as condições para se conceder esses perdões foram relaxando e no final do século 15 elas podiam ser obtidas através da oferta de dinheiro para a Igreja. Para todos os efeitos, a distribuição de indulgência havia se tornado um negócio que empregava vendedores quase profissionais. As questões que Lutero levantou sobre essa prática não tinham a intenção de causar uma divisão na Igreja, mas foi o que aconteceu.

 Lutero era filho de um mineiro de cobre na Saxônia. Como seu pai desejava que ele seguisse uma carreira na área de Direito, Lutero começou a estudar na Universidade de Erfurt em 1501 e recebeu um Mestrado em Ciências Humanas em 1505. Porém, no último ano uma experiência aterradora durante uma tempestade levou o jovem Lutero a abandonar suas ambições seculares e entrar para um mosteiro de eremitas agostinianos em Erfurt. Em 1507 ele foi ordenado para o sacerdócio, mas sua primeira missa foi uma experiência de tal modo intimidante que ele sentiu-se completamente inadequado.

 A natureza introspectiva e questionadora de Lutero era tal que seu superior monástico, Johann von Staupitz, recomendou que ele continuasse seus estudos na Universidade de Wittemberg e em 1512 ele recebeu o doutorado em Teologia. Foi então nomeado professor nessa universidade, uma instituição fundada pelo duque da Saxônia em 1502. Além de lecionar, Lutero trabalhava como pastor da igreja da cidade e como supervisor administrativo de um mosteiro agostiniano na Saxônia. Certa vez foi enviado para tratar de assuntos monásticos em Roma, onde o caráter mundano da cidade que ele acreditava ser o centro da espiritualidade o deixou profundamente desiludido e desgostoso.

 As primeiras palestras teológicas de Lutero eram sobre Salmos, Romanos, Gálatas e Hebreus. As anotações que fazia para estas indicam que ele havia abandonado a forma medieval tradicional de analisar o texto. Concentrando-se em questões de pecado, graça e retidão, ele seguia os ensinamentos de Agostinho de Hipona, rejeitando desse modo a abordagem escolástica. O que levou Lutero a repensar a Teologia foi o estado de desespero no qual ele se viu diante da presença de Deus. Ele queria a segurança da aceitação divina, mas consciente da enormidade do pecado, ele viu Deus apenas com uma justiça implacável que condenava todos os esforços da humanidade em encontrar perdão. Seu desejo de pagar o preço do pecado através das várias obras recomendadas pela Igreja e pela ordem agostiniana só fazia aumentar essa frustração.

 Por fim, a solução da crise espiritual de Lutero veio de sua sensação de total desamparo diante de Deus e dos escritos dos apóstolo Paulo. Sua "descoberta evangélica" foi de que uma pessoa não é justificada pelas obras, mas sim pela fé na obra consumada de Cristo. Não há nada que um indivíduo possa fazer para merecer o perdão de Deus, mas se ele crer em Cristo, Deus lhe concederá a salvação e a vida eterna através do dom do Espírito Santo. Tudo isso acontece por meio da fé - ao entregar-se completamente à mensagem do evangelho. Aqui, Lutero descreve sua experiência:

Eu ansiava compreender a epístola de Paulo aos Romanos e não havia nada que me impedisse a não ser aquela expressão "a justiça de Deus", pois eu entendi que significava que se havia justiça então Deus era justo e agia com justiça ao punir os injustos. Minha situação era tal que, apesar de ser um monge impecável, eu estava diante de Deus como um pecador com a consciência perturbada e não tinha confiança de que meu mérito iria aplacar esse Deus.
Ponderava dia e noite até que enxerguei a ligação entre a justiça de Deus e a declaração de que "o justo viverá pela fé". Então, compreendi que a justiça de Deus é aquela retidão através da qual a graça e a misericórida de Deus nos justificam pela fé. A partir de então senti que havia nascido de novo e passado por portas abertas para o paraíso. As Escrituras como um todo adquiriram um novo significado e se antes a "justiça de deus" havia me enchido de ódio, agora tornara-se inexprimivelmente doce em maior amor. Essa passagem de Paulo tornou-se para mim o portal do céu.
 Se você tem uma fé verdadeira de que Cristo é seu Salvador, então imediatamente você tem um Deus cheio de graça, pois a fé o guia e abre o coração de Deus bem como sua vontade para que você possa ver a graça pura e transbordar de amor.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

As Eclusas de Tucuruí




A Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará, é a maior obra de engenharia já realizada na Amazônia.

Feita entre 1979 e 1992, responde sozinha por 10% de toda a energia gerada no país. Mas sua construção interrompeu a navegação no Rio Tocantins, porque uma parte do projeto foi ignorada: a edificação de eclusas que permitissem às embarcações vencer o desnível de 69 metros entre o lago da barragem e o leito do rio.

No fim de 2006, a Eletronorte, que administra a usina, foi incumbida de fazer as eclusas de Tucuruí. Quem vê a estrutura fica embasbacado com seu gigantismo. Do alto, só é possível divisar caminhões e guindastes – os operários, de tão minúsculos, perdem-se na paisagem.

 Com dois tanques de 210 metros de comprimento, 33 de largura e 45 de altura, as eclusas permitirão o transporte por barco de 40 milhões de toneladas de carga por ano. Deverão ser inauguradas no meio do ano de 2010. - Leonardo Coutinho, de Tucuruí (PA) para a revista Veja


Mais informações:
AHIMOR - Administração das Hidrovias da Amazônia Oriental - Texto completo sobre as eclusas, suas dimensões, localização, etc..
ELETRONORTE - Imagens da Obra - Fotos recentes
WIKIMAPIA - Fotos tiradas por satélite - Vista aérea da usina e das eclusas de Tucuruí (passeie pelo local e veja todo o futuro trajeto das embarcações)

Experiencing Supernatural Joy

Foto: Icaro N. Silva

In John’s Gospel, Jesus expounded His declaration that He is the vine and we are the branches: “These things I have spoken to you, that My joy may remain in you, and that your joy may be full” (John 15:11).

This text indicates that the joy of the Christian is not the natural joy of human life. It is a supernatural joy insofar as it has a supernatural source. It is the work of Christ within us. Though Jesus spoke of His joy being in us, it is still our joy once it is in us. He is its source and its power, but it is still our joy.

Jesus also spoke of the end or purpose of His joy remaining in us, namely, that our joy may be full. The term full speaks of a degree, in this case an ultimate degree. There is no more joy than full joy. Yet we can experience partial joy or less than full joy, not because there are fluctuations in Jesus’ joy, but because there are fluctuations in the degree of our abiding in Christ.

We cannot fall out of Christ, but in the process of sanctification we experience greater and/or lesser degrees of clinging closely to Him. Here our wills are important in that we are called to abide in Christ.

Retirado do site http://www.ligonier.org/

Pergunta 1 (R. C. Sproul)

 

POR QUE DEUS ME SALVOU?

"Não conheço nenhuma pergunta teológica mais difícil de responder do que essa. Tenho estudado teologia por muitos anos e ainda não consigo pensar numa razão que responda completamente o motivo pela qual Deus me salvaria ou a qualquer pessoa. Algumas pessoas dão uma resposta muito simples a essa pergunta. Dizem que Deus o salvou porque você colocou sua confiança e sua fé em Cristo quando respondeu ao chamado do evangelho. A primeira vista esta é, certamente, uma resposta legítima, porque somos justificados pela fé e somos chamados a dar essa resposta.

Mas a pergunta mais profunda é: por que você respondeu ao evangelho quando o ouviu e outra pessoa que o ouviu também - inclusive na mesma reunião e no mesmo momento - não respondeu a ele? O que havia em você que o levou a responder positivamente enquanto outros são levados a rejeitá-lo? Faço esta pergunta a respeito de minha própria vida. Poderia dizer que a razão pela qual eu respondi é que eu sou mais justo do que a outra pessoa. Deus me livre de dizer isto no dia do julgamento. Posso pensar que eu sou mais inteligente do que os outros, mas não desejo dizer isto também. Alguém pode dizer que eu reconheci melhor a minha necessidade do que as outras pessoas, mas mesmo esse reconhecimento é uma mistura de pelo menos um certo grau de inteligência e um certo grau de humildade, o que, na sua maior parte encontraria suas raízes, em última análise, na graça de Deus. Tenho de repetir com o ancião, apenas pela graça de Deus eu prossigo. Não posso dar nenhuma outra razão do motivo de ser salvo senão a graça de Deus.

A Bíblia diz muitas coisas sobre o motivo de Deus iniciar a salvação das pessoas: ele ama o mundo, tem uma atitude benevolente para com suas criaturas caídas. Sabemos disto. Mas quando chegamos aos detalhes mais específicos, a Bíblia fala sobre o soberano trabalho de redenção de Deus e usa os termos eleição e predestinação. Estas são palavras bíblicas. O que está por trás da graça predestinadora de Deus ou de sua eleição? Alguns dizem que Deus prevê as escolhas das pessoas. Creio que isto remove o próprio cerne do ensino bíblico.

Quando as Escrituras falam a respeito da eleição que Deus faz de pessoas, falam de Deus elegendo pessoas em Cristo; nossa salvação está alicerçada em Jesus. Isto me leva a pensar no seguinte: você e eu somos salvos não apenas pelo cuidado de Deus a nosso respeito, mas especialmente, e em última análise, pela absoluta determinação de Deus em honrar o seu filho obediente. Nós somos as dádivas de amor que o Pai dá ao Filho, de forma que o Filho, que viveu uma vida de perfeita obediência e morreu na cruz, possa ver a agonia de sua alma e ficar satisfeito. Creio que esta é a razão principal pela qual Deus nos salva: honrar a Cristo."

Boa pergunta!, R.C. Sproul, Editora Cultura Cristã

Nota: O livro Boa Pergunta! não é uma obra acadêmica, até mesmo por conta de seu formato, porém culta e pastoral. É uma ferramenta importante para cristãos em geral, especialmente para aqueles surpreendidos por questões difíceis, e que não se contentam em dizer simplesmente: não sei!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A natureza e as Escrituras (Spurgeon)



"Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo. Aí, pôs uma tenda para o sol, o qual, como noivo que sai dos seus aposentos, se regozija como herói, a percorrer o seu caminho. Principia numa extremidade dos céus, e até à outra vai o seu percurso; e nada refoge ao seu calor." (Salmo 19)

Na juventude, enquanto cuidava do rebanho de seu pai, o salmista Davi se dedicava ao estudo dos dois grandes livros de Deus: a natureza e as Escrituras. E ele se aprofundava no espírito destes dois únicos volumes de sua biblioteca a tal ponto que era capaz de compará-los e contrastá-los num estudo disciplinado, engrandecendo a excelência de seu Autor que se vê em ambas as obras.

Como são tolos e mal intencionados aqueles que, em vez de aceitar estes dois tomos sagrados e ter prazer em contemplar as mesmas mãos divinas que operaram neles, desperdiçam toda a inteligência no empenho de achar discrepâncias e contradições.

Podemos assegurar tranqüilamente que os "Vestígios da Criação" jamais irão contradizer o Gênesis, nem será descoberto um "Cosmos" correto diferente da narrativa de Moisés.

Sábio é aquele que lê tanto o livro sem palavras como o livro da Palavra como dois volumes da mesma obra e conclui: "Meu Pai escreveu tanto este quanto aquele."


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A importância da competência emocional




Hoje aquele profissional "melhor aluno da classe" que não consegue trabalhar em equipe, é quase certo que esteja fora do mercado.

E ainda existem pessoas achando que só basta ser bom tecnicamente :P